Eliza Reid tornou-se primeira-dama após se mudar para a Islândia há 20 anos, por amor. Suas atividades favoritas para relaxar nos fins de semana na Islândia incluem piscinas públicas e literatura islandesa.

Raramente alguém migra para o exterior e influencia o país. Eliza Reid, doutoranda canadense na Universidade de Oxford, conseguiu um encontro com o futuro presidente islandês, Guðni Jóhannesson, após ganhar na loteria. Após férias na deslumbrante ilha e um noivado, eles se mudaram definitivamente em 2003. Desde então, a primeira-dama Reid escreve sua própria prosa, escreve para periódicos de turismo islandeses e promove a literatura islandesa no exterior para destacar a beleza agreste e a cultura única da Islândia.
“O país mudou muito nos últimos 20 anos”, diz Reid, ex-Embaixador Especial da ONU para o Turismo e fluente em islandês. “Quando visitei pela primeira vez, em 1999, era bem mais distante... mas notamos um aumento no número de visitantes da Espanha, Itália e outros países, porque quando estão de férias em agosto, preferem vir para a Islândia, onde a temperatura é de 9°C e pode chover.”
Com máximas de 13°C em julho e uma história viking repleta de sagas e mitos, a Islândia é fria. Reykjavík, a capital, abriga dois terços da população da ilha, o que proporciona uma vibrante cena cultural e uma culinária em desenvolvimento. Fontes termais, paisagens com gêiseres e vulcões e pequenos povoados pontilham a área além da cidade.
"É uma sociedade muito favorável à família", afirma Reid, mãe de quatro filhos. "É seguro. Um ambiente maravilhoso para crianças pequenas crescerem. Baixa poluição significa ar puro; as crianças vão para a escola sozinhas."
Algo que Reid quer que as pessoas saibam sobre a Islândia? "É mais perto do que você imagina", acrescenta.
1. Melhor base: Reykjavík ou Akureyri
Reid considera "ambicioso demais" que os turistas se hospedem na capital da Islândia e conheçam o país em um fim de semana.
Dica
“Cuidado com o clima”, diz Reid. “O clima reina na Islândia. No inverno, você deve consultar a previsão do tempo e estar preparado para mudar seus planos devido ao mau tempo. Atividades ao ar livre são populares, mas exigem trajes adequados para o clima.”
“É uma ilha maior do que as pessoas imaginam”, acrescenta. “Uma das dicas que sempre dou é não tentar fazer muita coisa, geograficamente.”
Reid sugere escolher uma base. "Reykjavík tem a maior infraestrutura, os restaurantes e a maior oferta cultural", acrescenta. "Infelizmente, é a cidade com mais turistas. A Islândia é reconhecida por suas atrações naturais, então ver a paisagem é ótimo."
Embora a maioria dos passageiros chegue de avião a Reykjavík, Reid também destaca os voos de inverno do Reino Unido para Akureyri, a segunda cidade mais ao norte da Islândia. "Seria menos movimentado do que a região da capital", acrescenta. Excelentes opções para esquiar, ver a aurora boreal e observar baleias. Húsavík, a uma hora de distância, é o destino mais famoso para observação de baleias.
2. Piscinas públicas evocam melhor a vida cotidiana.
Reid acredita que a atividade cotidiana mais islandesa é nadar em uma piscina local. "Temos muitas piscinas geotérmicas ao ar livre", acrescenta. "É uma maneira muito autêntica de conhecer os moradores locais."
A Islândia tem mais de 120 piscinas, incluindo 18 na cidade natal de Reid, Reykjavík, cada uma com características únicas, como a Piscina Árbaejarlaug, com vista para o Vale Elliðaárdalur, ou a Piscina Akureyrar, ideal para famílias, em Akureyri, com o maior toboágua da Islândia. A temperatura das piscinas na Islândia é de 35°C, as "hot pots" (caldeiras quentes) a 44°C, e saunas e salas de vapor são comuns.
"É uma sopa de humanidade lá", acrescenta Reid. "É o grande equalizador. Você pode estar sentado ao lado de um político, um professor de pré-escola, um encanador ou um turista de maiô. Segundo essa noção, os parisienses vão a cafés para conhecer pessoas. No Reino Unido, você visita pubs. A Islândia tem uma piscina."
Boas maneiras na piscina
"Uma rotina de banho bastante rigorosa", explica Reid. "Você precisa se lavar nu antes de vestir o maiô, já que há segregação por gênero. Temos pouco cloro na água."
Após o banho e a troca de roupa, os banhistas podem usar as piscinas, mas devem tomar banho novamente após nadar. "Só depois de se secar é que você volta para a área seca e se veste", explica ele. "Seria muito deselegante andar do chuveiro até o vestiário com água pingando por todo o chão."
3. Melhor experiência cultural: literatura islandesa, festivais de música, Dia dos Pescadores
“A Islândia é um país muito rico culturalmente”, explica ele. “Especialmente considerando a pequena população” de 382.000 habitantes.
Para os aficionados por música, o Harpa Concert Hall em Reykjavík e o Hof, seu equivalente menor em Akureyri, oferecem uma variedade de opções. "Sempre há festivais de música, festivais culturais e noites em museus que as pessoas podem conferir", explica ele.
Reid também apoia a literatura islandesa. "Reykjavík é uma Cidade da Literatura da Unesco", acrescenta. Além do Festival Internacional de Literatura de Reykjavík e dos passeios literários a pé, "bancos de poesia" com códigos QR foram instalados por toda a cidade para promover leituras de poesia islandesa.
Reid recomenda o Dia dos Pescadores, uma celebração no primeiro fim de semana de junho que celebra a cultura marítima da Islândia com música, passeios de barco e esportes de pesca. "Especialmente em cidades portuárias", acrescenta Reid. "Você pode ir a diferentes portos e, às vezes — meus filhos sempre gostam disso — eles exibem enormes caixas de gelo e peixes que foram capturados para as crianças verem como são as criaturas marinhas; pequenos tubarões ou coisas que foram arrastadas nas redes."
4. Melhor atividade ao ar livre: caminhada em Rekyjadalur e rio termal
A Islândia é famosa por seus vulcões. "Claro, a experiência turística é subir em uma geleira", explica ele. Caminhar em praias de areia preta. Você também pode andar de barco e pescar "sushi viking" (vieiras e ouriços-do-mar) e comê-lo, ou andar de quadriciclo em direção a um vulcão."
Reid sugere natação ao ar livre para uma experiência verdadeiramente islandesa. "Há uma cidade chamada Hveragerði, que fica a 45 minutos de carro de Reykjavík, com vales esfumaçados onde você pode caminhar e simplesmente sentar em uma fonte termal."
O Vale Reykjadalur – abastecido pelo vulcão Hengill – é repleto de fontes termais fumegantes e piscinas de lama, acessíveis por uma rápida subida de 7 km a partir do estacionamento da região, passando pela cachoeira Djúpagilsfoss e pelo cânion Djúpagil. O cheiro de enxofre, semelhante ao de ovo podre, presente na água faz com que a vista se sinta antes mesmo de ser vista, mas a experiência é espetacular. "A água é como um casulo que te envolve", explica ele. "Você não se importa se seu rosto estiver frio, já que está aquecido na água pura. No campo, você sente o ar rico em oxigênio."
Ao contrário da Lagoa Azul da Islândia, esses balneários não são adequados para turistas. "Só caminhadas", acrescenta Reid. "Você troca de roupa de banho e senta em um riacho. Use o bom senso. É um processo definido, mas sem entrada nem funcionários."
5. Melhor refeição: cordeiro da fazenda à mesa, peixe, skyr
"Não quero criar expectativas", diz Reid. "Mas imagino que [os visitantes] fiquem agradavelmente surpresos com a comida."
Dica
Reid aconselha beber água da torneira. “A melhor água da torneira do mundo. Fantástica. Vem de fontes subterrâneas. Pouco cuidado. Nenhum morador local compra água engarrafada.”
A cultura gastronômica da Islândia cresceu fora da cidade. "Vinte anos atrás, não era possível encontrar comida boa fora da cidade, e agora é possível", acrescenta. "Há lugares pelo país que estão recebendo recomendações do guia Michelin."
A agricultura da fazenda para a mesa prosperou no isolamento da Islândia. "Combina bem com a Islândia", acrescenta Reid. "Nós pescamos de forma sustentável. A lagosta é maravilhosa. Nosso cordeiro caipira é famoso. O cordeiro é ótimo para quem come carne."
A culinária islandesa, como o plokkfiskur (caçarola de peixe branco com batatas) e o kjötsúpais (sopa de cordeiro, cenoura e nabo), é tradicional. "Costumo pedir o peixe do dia", acrescenta Reid. "Uma sobremesa é o skyr. Nosso queijo local, parecido com iogurte, é o Skyr. Rico em proteínas e sem gordura."
Pilsas, cachorros-quentes islandeses à base de cordeiro, são petiscos casuais. "Há barracas de cachorro-quente, você pode comprá-los em postos de gasolina", acrescenta. Suas opções são mostarda, ketchup, remoulade, cebola picada ou cebola frita. Peça um com tudo ou personalize." E acrescenta: "Eu peço o meu só com mostarda e cebola frita."